Lista de passageiros do navio Belgrano, chegado a 1 de out. de 1875 ao Rio de Janeiro

Como demorou muito tempo para conseguirmos esta lista de passageiros do navio Belgrano, que trouxe alguns ramos de nossa família (Scoz, Cainelli, etc.) da Europa, resolvemos facilitar a vida de todos os que a procuram, com a certeza de que ficarão muito gratos em encontrá-la. Ela foi uma gentileza de César Girardi, a quem agradecemos tanto por nossa família quanto por todas aquelas que aqui tiverem acesso a tão desejada lista. Os Girardi são tiroleses de Civezzano; Giovanni Battista Giacomo Girardi emigrou para Garibaldi, RS e sua irmã, Barbera Margherita Girardi, para Rodeio, SC. E já no dia 6 de maio de  1876, um Girardi, Bartolo, assinava como testemunha o casamento de Giovanni Battista Leonardo Raffaelli com Maria Rosa Cainelli, no 20º casamento desse ano na paróquia S. Francisco Xavier da Colônia Blumenau. Esses nossos bisavós se conheceram poucos meses antes, na viagem.

O Belgrano saiu do porto de Havre na França a 2 de setembro de 1875 e chegou ao Rio de Janeiro em 1 (primeiro) de outubro de 1875, numa viagem que durou 29 dias.

Fez escala em Lisboa em 7 de setembro, onde embarcaram passageiros portugueses que vinham para Pernambuco, Bahia (em 26 de setembro) e Rio de Janeiro. Depois, em 7 de outubro seguiu para Santos.

Os imigrantes tiroleses dessa leva, que saíram de Trento a 28 de agosto de 1875, atravessaram o túnel que liga a Itália ao sul da França e de lá seguiram de trem até Paris, dirigindo-se depois para Le Havre, o porto onde embarcaram no Belgrano. Destinados a Santa Catarina, pelo contrato de imigração, chegaram em Blumenau dois meses depois, em 28 de outubro de 1875, conforme as "Notícias históricas de Rodeio", de Frei Benvindo Destéfani (Blumenau em Cadernos, t. 12, n. 9, set. 1971, p. 170).

São 178 os passageiros solteiros e chefes de família registrados nas sete (7) páginas deste documento, num total de 394 pessoas, ressaltando-se que as famílias eram numeradas apenas pelo nome do chefe ou responsável. Por isso a observação final sobre a discrepância entre o número desta lista e o número da lista da hospedaria (qual? a Pinheiro e a da Ilha das Flores ainda não existiam, ao que sabemos), que seria ainda mais importante encontrarmos, por possibilitar corrigir os erros desta, como por exemplo haver dois Domenico Adami com 7 pessoas na família já na primeira página, embora com idades diferentes. Salta aos olhos a mistura no critério de anotar os passageiros ora pelo primeiro nome, ora pelo sobrenome.

Na relação, estão os Scoss, os Cainelli, e muitos outros que casaram seus filhos e netos no desenvolvimento de cidades como Rodeio, Rio dos Cedros e algumas outras localidades catarinenses, e hoje seus descendentes já estão pelo mundo.

Eis a lista (clique na imagem para ampliá-la):

Boa viagem!

Vapor Belgrano no porto de Havre.

O Belgrano, de nacionalidade francesa,
era um navio a vapor da empresa marítima Compagnie des Chârgeurs Réunis. 

Sua primeira viagem ocorreu em 16 de outubro de 1872. 

Foi desmontado em 1894.

A escala do Belgrano em Lisboa, a 7 de setembro de 1875, onde embarcam passageiros para Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro (arquivo da Torre do Tombo - https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=5783343, imagem m0534):

A passagem do Belgrano pela Bahia, em 26 de setembro de 1875 (Arquivo Público da Bahia):

Aviso no jornal O Globo, de 2/out./1875, da entrada do Belgrano na baía do Rio de Janeiro no dia anterior (clique na imagem para ampliar):