segunda-feira, 1 de outubro de 2018

02 - Scoss


Os  Scoß / Scoss / Scoz / Scos / Scossi / Scos / Scoςs / Ecoz / Ecoss / Scotz / Skotz / Schotz ...


A ponta do ramo da nossa família Scoss começa por nossa mãe, Maria de Lourdes Scoss, que era filha de Luiz Vicente Scoz/Scoss, neta de Giovanni Battista Leonardo Scoz, bisneta de Domenico Andrea Scoz, trisneta de Giovanni Scoz, tataraneta de ... e nesse caminho se junta com outros galhos, todos arborescentes para o futuro, e que parecem nunca encontrar o tronco verdadeiro. Árvore genealógica? Cada um é o seu tronco? Ou cada um é a ponta de seu galho?

Os Scoz/Scoss vieram da região do Tirol Meridional, ao sul dos Alpes, à epoca ainda parte do Império d'Áustria, ou Império Austro-Húngaro, mais especificamente da região da comuna de Cognola, província de Trento, que hoje faz parte de Trentino-Alto Adige no norte da Itália.


Como é a vida em Trentino-Alto Adige ainda hoje:

Quanto à grafia original do nome, a letra eszett alemã (ß), que parece com a letra beta dos gregos (β), depois da reforma ortográfica alemã de 1996 passou a ser escrita SS. No Brasil nosso ramo tem a grafia Scoss, mas a maioria dos demais parentes são Scoz.

⇛ eszett ou esszett (ou Scharfes, "afiado") representa o fonema [s] em palavras como Straße (rua) ou Fuß (pé). Sua origem tipográfica não é a ligatura das letras que hoje representa em alemão (s longo medial e s curto final), mas sim a ligadura na escrita gótica das letras "s" e "z", vindo daí a origem de seu nome (eszett no idioma alemão significa "s-z"). Recentemente significa e foi substituída por dois 'ss'.

É utilizada unicamente na língua alemã, embora na Suíça e em Liechtenstein não seja nem oficial nem extraoficialmente utilizada, usando-se em seu lugar o "ss" ou o "sz". Com a reforma ortográfica da língua alemã em 1996 (Die Reform der deutschen Rechtschreibung von 1996), o ß desapareceu depois de vogal tônica, convertendo-se em ss, como em Schloß, transformado em Schloss (castelo), e bißchen, que se tornou bisschen (pouquinho).
Essa letra vem do alfabeto gótico, que por sua vez surgiu como adaptação do alfabeto grego. No teclado configurado para português, o eszett é obtido pressionando Alt+0223 ou Alt+225 (Windows) ou Ctrl+Shift+U 1E9E (Linux). 

eszett no alfabeto gótico, seguido do f e do s para fins de comparação:




O eszett manuscrito na lista de passageiros do navio Belgrano lembra um fs com um volteio da primeira letra para cima e para baixo do alinhamento das vogais, na grafia Scoß do nosso trisavô Domenico:



A lista de variantes de grafia dadas no título desta postagem reflete as ocorrências encontradas nos vários livros de registro civil e eclesiástico a que tivemos acesso.


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Neste site iremos particularmente focalizar estes Scoz, e paulatinamente serão acrescidos dados sobre seus parentes:

2a - Scoss : Maria de Lourdes
2b - Scoss : Luiz Vicente
2c - Scoz : Giovanni Battista
2d - Scoz : Domenico [Andrea]
2e - Scoz : Giovanni



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Algumas informações sobre os Scoz foram baseadas no site Nati in Trentino, em alguns blogs e também no Álbum da Família Scoz, de Valmor Scoz*, sobre os descendentes do austríaco/tirolês Domenico Scoz:


"Entre as 30 mil famílias que emigraram para o Brasil, 114 instalaram-se na localidade, de Rodeio, entre elas estava DOMENICO SCOZ e sua mulher ROSA NAVARINI com seus quatro filhos, Giovanni Baptista Leonardo, Bartholomeo Giuseppe, Domenico Leonardo e Amábile que, aqui chegando, fixaram sua residência no município de Rodeio, estado de Santa Catarina.
Pelo que pudemos apurar até esta data, esses quatro italianos casaram-se e constituíram família como segue:
  • Giovanni Baptista Leonardo Scoz, casou-se com Maria Rosa Cainelli e teve os seguintes filhos: Albino Ângelo, Anice, Giovanni, Maria Giulia, Luigi, Serafino e Valentino, e Benjamino.  
  • Bartholomeo Giuseppe Scoz casou-se inicialmente com Domenica Demattè e teve os seguintes filhos: Atílio, Cresmulo e Rosa Margaritha e em segundo casamento, com Giovanna Caon, teve os seguintes filhos: Ângelo, Paula, Lúcia. Anna Maria e Joaquim;  
  • Domenico Leonardo Scoz   (* 1863 -   ) casou-se inicialmente com Amábile Pasqualini e teve os seguintes filhos: Júlio, Domenico Giovanni, Luigi, Maria, Ana e Júlia; do segundo casamento com Maria Stinghen teve os seguintes filhos: Liberata, Emma, Amália, Emília e Amábile. Novamente viúvo, casou-se ainda com Thereza Stiz Pessicom a qual não teve filhos; 
  • Amábile Scoz casou-se com José Bazanella e sobre esta imigrante não conseguimos ainda obter informações nem de seus descendentes."


Esse álbum registra diversas informações, nem todas verificadas por nós  ainda, mas algumas certamente equivocadas sobre esses descendentes à vista de documentos que estamos conseguindo, como datas de nascimento e óbito. Além disso, há lacunas de datas e de nome completo que já estamos preenchendo. E ainda falta um filho de Giovanni Battista, o Albino Domenico, nascido em 26/6/1890, e parece sobrar outro, o Giovanni.

Tentaremos trazer luz a essas discrepâncias aqui neste blog. Ao mesmo tempo, estaremos utilizando algumas informações desse Álbum, que deve ter custado muito trabalho a vários membros da família, a quem agradecemos.

E sobre esse tipo de problema cumpre também fazer uma referência ao material disponível na internet, que se multiplica rapidamente.

Muita gente tem feito suas genealogias em sites ditos especializados, mas a quantidade de erros que vão se acumulando por aí já é incalculável. Os maiores problemas para essa desinformação consistem em não se fazer crítica das fontes, considerar todas fidedignas, dar por certo informações por ouvir dizer, e se basear em trabalhos de voluntários no serviço de transcrição sem o menor preparo para a leitura de manuscritos, sem familiaridade com nomes e grafias estrangeiras, negligentes e talvez até mesmo mal-intencionados.

O nível de erros que temos encontrado em sites como o Family Search, My Heritage e outros são estarrecedores. Se não se consegue ler e ter certeza da transcrição, seria recomendável deixar em branco. Para citar apenas três exemplos, já encontramos: Lose por Scos, Ratalli por Rafaelli e Fanesdli por Tomaselli!!! Como encontrar parentes por índices desse naipe?

Este blog pretende, aos poucos, ir esclarecendo os pontos obscuros e divulgando a documentação referente a nossa família.


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* O trabalho do Álbum da Família Scoz partiu das informações iniciais registradas por Elizabeth Scoz e Angela Cristina Scoz dos descendentes residentes nos Estados Unidos, e distribuído nos dias 3 e 4 de julho de 1999, em Boca Raton, na Flórida, local onde ocorreu o primeiro encontro da família SCOZ.
Para o desenvolvimento de sua pesquisa Valmor contou com a colaboração de Elisabeth Scoz Silva, Ângela Cristina Scoz, Volnei Scoz e sua esposa Margarita, Juraci Teótimo Scoz, Regiane Dayse Scoz Cidral, de muitos familiares e de sua esposa Rita.



3 comentários:

Maicon Fronza disse...

Olá,
Minha família está na lista do Belgrano 1875, mas não aparece o nome de todos da família. Como faço para ver o nome de todos?

Maicon Fronza disse...

Olá,
Minha família veio no Vapor Belgrano 01/10/1875, mas na lista consta o nome de apenas 1 membro da família. Como faço para saber o nome de todos?
Obrigado

R Nic disse...

Oi, Maicon!

Não temos o nome de todos os que vieram no Belgrano, apenas as informações dos artigos do José Finardi sobre Rodeio e Rio dos Cedros saídos na revista Blumenau em Cadernos. Sobre os Fronza, o que temos é o seguinte:



TITULOS DE TERRA ENTREGUES EM 15 DE OUTUBRO DE 1875 (RODEIO)

39 Francesco Fronza, de Civezzano. Espo-
sa: Margherita Luiziotti e 6 filhos:
Catharina, com 17 anos; Appolonia,
com 14; Emmanuele, 11; Maria 10; Fran-
cesco, falecido em 11.10.76, vitima de [?]
Giusephe Vicentini e Rosina, com 4 anos 199.200 473$741

40 Vva. Francesco Fronza 211,800 219$100

110 Giovanni Baptista Fronza, de Civezza-
no. Esposa: Domênica Bampi e 3 filhos:
Antonio, 19 anos; Maria, 15 e Giuseppe, 10
anos. Transferido a Giuseppe Fronza 230.700 138$640


EM DATAS POSTERIORES, RECEBERAM SEUS TITULOS DE POSSE, OS SEGUINTES IMIGRANTES:

[...]
117 Antonio Fronza Filho, de Civezzano, 20
anos, solteiro. 218.560 654$500


Fonte: Finardi, José. Os primeiros moradores de Rodeio. Blumenau em Cadernos, tomo XVIII, n. 1, out. de 1977, p. 324-32.

Abraço!